Em tempos a Torre era habitada por um fidalgo, governador da zona. Um
dia quando caçava nas arribas do rio Águeda, foi surpreendido por uma
patrulha mourisca. Após longa e rija peleja, o jovem fidalgo encontrou a
morte. Embora ferido, um dos seus servos conseguiu fugir e, após
dolorosa correria, chegou junto da torre e avisou a esposa.
Como
era seu hábito, quando se ausentava, o fidalgo deixava a torre fechada
de tal maneira que só ele conseguia abrir. Desesperada, a pobre viúva
viu os inimigos a aproximarem-se em rápida cavalgada. Num rasgo de
desespero e fé, pediu a Santa Maria de Aguiar para a livrar dos
muçulmanos, dizendo cheia de coragem, preferir morrer a ser violada.
Aproximando-se
da beira da torre, atirou-se dos altos muros. Reza a lenda que a Virgem
Maria ouviu as suas preces e o milagre realizou-se, aparecendo um
cavalo alado que apanhou a desditosa senhora e a colocou em segurança.
Como sina de agradecimento, doou a Santa Maria de Aguiar todos os seus
bens. Quanto ao chefe mouro, ao presenciar o milagre converteu-se ao
cristianismo.
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